domingo, 7 de janeiro de 2018

(re)memorando





Estou (re)visitando minhas águas, passadas
(Re)vivendo as memórias que o tempo me roubou
Espremendo, exprimindo, imprimindo em mim as muitas marcas de tudo aquilo que eu não vivi.
Nessas águas tortuosas desse rio que sou
Há pequenos redemoinhos revoltosos, novos e velhos caminhos
Os quais se entrelaçam,
desenlaçam,
destravam e
desfazem os nós
- estes que me acorretam aos grilhões de um amanhã sem fim.
Meus suspiros estão abarrotados
- de saudade, de desejo, de anseios,
tantos (milhares) de enganos
Mas, como saber o certo sem a incerteza das aventuras?
Como conhecer o céu sem nunca ter provado o fel?
Como saber-me Santa sem conhecer-me a outra - leviana?
Sigo (re)vivendo,
(re)aprendendo,
 (Re)conhecendo,
me (re)conduzindo
ao encontro de mim, no depois.
Amanhã?
- Só Deus sabe por onde este rio andará.

(Mariana Lira)